Amo a vida, amo os seus
desdobramentos, amo os seres humanos, repetitivos, incoerentes, muitas vezes
insanos. Amo acordar pela manhã com cheiro de café e pão quentinho... O cheiro
das flores me extasiam, adoro dias de chuva, frio e com cheiro de terra
molhada, tempo convidativo para ver um filme debaixo do edredom...
O drama humano é apaixonante,
cíclicos, redundantes e repetitivos em suas essências, mas ainda sim são
únicos. Amo a vida principalmente porque o previsível não bate a porta.
Encanto-me facilmente com o abrir
dos lírios, com o beijo selado, com o abraço apertado e com um amor amado.
Derreto-me com a escolha pela fidelidade, pela opção do amar... Admiro os que
abrem mão do “eu posso” em virtude do “eu não devo”... a vida bate à porta, as
oportunidades seguem a vista... erros e defeitos caminham perenemente lado a
lado, divididos por uma linha tênue chamada resignação.
Diariamente somos postos a prova,
diante de Deus e diante dos homens, esforçamo-nos para seguir certos, caímos,
invadimos a delimitação divisória do erro e acerto, ferimos pessoas, somos
feridos. Diante do espelho atacamos o ofensor refletido nele, pedimos socorro a
Deus para nos livrar de nós mesmos e com o tempo vamos percebendo que o inimigo
não mora ao lado, nem dentro, mas somos nós mesmos o nosso maior opressor. Nos
enganamos com relação a nossa bondade intocável, merecedores de misérias,
recebemos de Deus o sentimento maior: o amor! Recebemos de Deus o maior
sacrifício: Seu filho!
Vivemos não mais com a incerteza
de uma destruição futura, mas com a certeza de que somos amados sem que
precisemos provar qualquer coisa... amor que acalma, que nos faz pensar, que
nos arrebata ao belo, ao amável, ao justo, honesto e santo. Amor que nos furta
de nós mesmos e de nossas falhas adâmicas...
Por tudo isso, deixo as coisas
que para traz ficam e posso voltar a pensar nos lírios, no pão quentinho e no
cheiro de terra molhada. Ele me deu o direito de apreciá-las e digo mais, Ele aprecia junto comigo... Só pela sua
maravilhosa graça, graça que nos ampara e, ainda que errantes, nos dá o direito
de compartilhar um fim de tarde frente ao pôr do sol, sentindo Suas mãos nas
minhas e um sussurrar brando nos ouvidos me encorajando a vida, sorrindo meu sorriso, dançando a minha dança e no fim, sentando com ar de cansaço e bradando a expressão a riso aberto: Ufa... cansei, mas vamos de novo!
Amo a vida, Ele me faz viver!
Nenhum comentário:
Postar um comentário