sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Em tempos de angústia....

Habacuque 3.17-19 "Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas."


       Confesso que esses três versículos são um dos que considero mais belos da bíblia. É lindo a fé expressada pelo profeta. O mais belo é ver as circunstâncias das quais ele declarou essas palavras. Em um momento onde Deus estava extremamente irado com o povo, ele pode interceder e mesmo diante de um decreto, era como se ele dissesse: "-Senhor, ainda que vá tudo mal na minha vida, ainda que nada esteja dando certo, ainda que eu esteja quase entregue, ainda assim eu o adorarei e louvarei o Deus da minha salvação."
       É impressionante a força com que O profeta expressa essas frases. Lembro-me de Cristo no monte das Oliveiras, antes de ser preso, quando orava e dizia a Deus: "Pai, afasta de mim esse cálice, todavia que não seja a minha vontade, mas a sua". Impressiono-me ao ver o tamanho da fé desses que nos deram um exemplo. Comparo com a atualidade gospel, onde a maioria de nós SÓ queremos bênçãos, vitórias, alegrias e milagres. E quando o milagre não acontece? E quando a doença não retrocede? E quando seu filho não se converte? E quando o marido não volta? E quando nada do que pedimos acontece? Será que continuamos firmes, angustiados, mas firmes em Deus? Não!!! Buscamos egoistamente NOSSOS propósitos. Procuramos olhar apenas para o nosso próprio umbigo. Para as NOSSAS necessidades. Para as NOSSAS misérias e para os NOSSOS sofrimentos. Quantos de nós podemos ter a coragem de Cristo ao falar a Deus "que não seja a minha vontade mas a d'Ele'? Quantos de nós temos a coragem de Habacuque que após muito pedir misericórdia por um povo rebelde e ainda sim declarar, como se fosse um último suspiro: "ainda que a figueira não floresça, ainda que a videira não dê o seu fruto, mesmo que não haja alimentos nos campos eu me alegrarei em Ti."?
       Amados, a aflição é algo inevitável, acredite, ela nos alcançará não só uma vez. Cristo nos advertiu: "Nesse mundo tereis aflição, mas tendes bom ânimo, Eu venci o mundo!". O importante é sabermos que nunca estaremos sozinhos, Ele estará conosco! A verdadeira declaração de amor, o verdadeiro louvor e adoração se dá na voz fraquejante de quem está desfalecendo, seja por aflição, angústia ou retaliação. O substancial é não esquecermos que quando estamos fracos é que estamos fortes. Que você e eu possamos ter a mesma unção e coragem de Cristo, no monte das Oliveiras, e de Habacuque. Que Possamos bradar em alto e bom som nos dias de tribulação: "- Pai, que seja feita a tua vontade. Ainda que a figueira não floresça, ainda que a videira não dê o seu fruto, mesmo que não haja alimentos no campo, eu me alegrarei em Ti, no Deus da minha salvação!"
       Para terminar, lembro-me das palavras de Deus a Paulo, quando este orou três vezes pedindo para que Deus tirasse seu espinho, sua angústia, sua tribulação. E disse Deus: "- MINHA GRAÇA TE BASTA"


http://www.youtube.com/watch?v=yP-yU53fZxg&feature=related

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quando Ele nos Resgata....

Apocalípce 3.1 "E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome e fama de que vives, e estás morto."


       Impressionante... Sempre vi a passagem de quando Deus chama, ou melhor dizendo, convoca Paulo, como sendo uma passagem única, onde um homem foi colhido por Deus, onde não houve a oportunidade sequer de ele, Paulo, escolher se queria ou não se converter, ou ainda de passar por um processo de arrependimento intenso onde, ele, Paulo, pudesse se arrepender dos seus maus caminhos, e calmamente, voltar-se as boas obras. Confesso que a minha naturalidade não me permitia pensar no resgate de um filho. Acreditava no processo do filho pródigo onde o próprio filho se arrependeu e voltou com as próprias pernas aos braços do seu pai. Um processo onde o pai apenas esperou de braços abertos, mas não indo ao encontro de seu filho.
       Impressionante, como as pessoas que se dizem tão fortes, talvez sejam as mais necessitadas de ajuda. Impressionante como aqueles que estão aparentemente de pé, muitas vezes estejam se enquadrando na parte B de Apc 3,1. "tens nome e fama de que vives, mas está morto." Confesso que sempre pensei que pela lógica, uma pessoa poderia procurar ajuda e voltar a fonte, aos braços do seu pai, como o filho pródigo. Nunca considerei a hipótese de surgimento de outros "Paulos", que estivessem tão perdidos que se não houvesse um braço os resgatando nunca teriam se convertido. Nunca considerei a hipótese de um filho pródigo que se perdeu e que não tivesse mais forças para voltar. Esqueci-me da parábola da Drácma perdida, onde Deus deixaria 9 até achar a única perdida, nem mesmo a parábola da ovelha perdida, onde o pastor deixaria 99 ovelhas até achar a única perdida. O interessante é que Jesus enfatiza que Deus se alegraria muito com os dois achados mais do que com as outras que já possuía.
       Nunca acreditei.... minha naturalidade religiosa que sempre me orgulhei, apenas por não me permitir fazer parte de algumas loucuras espirituais, acabou me levando muito ao outro extremo.
       Recentemente, me encontrava fraco, mas não percebia.... fui morrendo, mas não percebi... afinal, eu era forte!!!! Eu teria forças para voltar quando quisesse.... Até que quando percebi, estava como o filho que não tinha mais forças para voltar. Logo o que eu achara que não existia. Me deparei com as minhas fraquezas, com minhas falhas expostas ao horror de não poder controlá-las. Choquei-me com a força da minha humanidade. Minhas debilidades me prenderam dentro de mim mesmo. Esforcei-me para pedir ajuda, para orar, mas a única oração que saia da minha boca era: "Pai, resgata-me!"... Me deparei enfrentando exatamente o que sempre combati. Rendi-me... entreguei-me. Confesso que em meu coração a minha naturalidade destruída não cria que Ele viria..... mas Ele veio...
       Percebi que a frase que Paulo usava "quando estamos fracos é que estamos fortes" realmente é verdade, não por nós, mas por Quem está conosco. Impressionante como nosso Pai nos resgata!
       Hoje creio! Minha oração: "mortificar minha humanidade, matar minhas forças, para que Ele seja forte por mim. Aceitar minhas falhas e fraquezas tão expostas frente a sua perfeição."
       Uma coisa ficou em meu coração e me manteve ainda segurando em algo que não me deixou desviar-me: Me disseram para nunca me esquecer de quem eu era..... Não esqueci.... e hoje posso dizer que provei a graça da busca de um Pai quando vê seu filho perdido, MESMO QUE APENAS DENTRO DE SÍ.

Obrigado Senhor!

Sei Meu Redentor vive.

http://www.youtube.com/watch?v=ezArgreexrk

Isso acontece sem que percebamos!

sábado, 3 de julho de 2010

A Prática do Perdão

Como um cristão, já ouvi diversas pregações sobre perdão, já li diversos livros sobre o assunto, já estudei muitos outros textos sobre esse ato. Uma prática normal na vida de um servo, ou pelo menos deveria ser.

Inúmeras vezes Jesus nos exemplifica o perdão em diversos processos de sua vida. Na oração modelo, o “pai nosso”, Cristo nos ensina esse princípio quando diz:”perdoa as nossas ofensas, assim como temos perdoado aquele que nos tem ofendido”.

Até o dia de hoje eu achava que tinha incutido no meu caráter, desde a infância, essa prática. Sempre, ao me colocar mentalmente em algumas situações imaginárias para saber como poderia reagir a ela, me saia bem, verdadeiramente eu acreditava que poderia suportar algumas coisas e perdoá-las instantaneamente. Ao ir para o meu trabalho, o ônibus a qual eu estava, foi roubado, um homem espancou uma mulher que estava ao meu lado porque ela não queria entregar-lhe a sua bolsa e o seu celular. Naquele momento eu cometi meu primeiro homicídio. Disparei pelo menos 6 tiros no peito daquele homem, me vi, e acredite, senti a sensação de estar decapitado aquele ladrão, tamanho era o ódio que nutria por ele, pela atitude que ele havia tomado. Uma atitude covarde!

Mais tarde, com o coração mais calmo, pois quem me conhece sabe que corri sérios riscos de morte (e aquele era tão eminente), Deus, como sempre, me interpelou com uma pergunta: “E a prática do perdão?” Disse Ele ao meu coração. Rapidamente eu respondi: “Senhor o que ele fez não tem perdão, ele espancou uma mulher covardemente. Como perdoar?" Disse Ele novamente: “Eu fui espancado e morto também de forma covarde, no auge da minha dor clamei ao Pai – PERDOA-LHES, POIS NÃO SABEM O QUE FAZEM – e fiz isso por amor também a esse homem que você acabou de assassinar..”. Percebi que em uma situação crítica é tão difícil perdoar, a natureza do homem é vingativa. Reconheci mais uma vez minha natureza humana, que clama por sangue, reconheci que ainda estou muito afastado do padrão de Cristo. Mais uma vez tive que render minha opinião as experiências que Cristo viveu na pele e reconheci meu pecado duplo, quais sejam: Não ter perdoado imediatamente e ter assassinado alguém que também é alvo do mesmo amor que me alcançou.

Quão difícil é essa prática, quão pequeno sou perante Ele na prática do amor!

Bom para eu ter reconhecido mais uma vez minhas misérias. Errei, mas devo me lembrar diariamente que só persisto no caminho da santidade porque Ele não me negou o perdão que acabei de negar!

Sejamos nós perdoadores, por mais difícil que seja essa prática, persista, afinal você tem toda sua vida para praticar essa dádiva chamada perdão!