
Nesse tempo de reflexão, entre
uma medicação e outra, dei vazão a pensamentos que me consomem há algum tempo.
Todos eles balanceiam minha vida em geral, tanto a física e humana, quanto a
espiritual e aparentemente abstrata e subjetiva. Reafirmei para mim mesmo que aparentemente sou um jovem
do tipo que muitos gostariam de ser, falo de alguns atributos de aparência, algumas posses e estabilidade profissional, isso aos 27 anos.
Mas algo me angustia diariamente
e me faz ter DR’s comigo mesmo: meu afastamento do meu criador.
O conheci cerca de 7 anos atrás,
vivenciei experiências maravilhosas, ajudei pessoas, estudei, lapidei meu caráter,
tentei fazer o meu máximo para a agradar o coração de quem me oferecia
gratuitamente a salvação. Sob o meu olhar e julgo humano eu consegui! Sob a
óptica espiritual, sei bem que estava muito aquém da perfeição, mas prosseguia
firmemente em direção ao alvo!!! Até que tive alguns problemas com a
instituição. Pesou-me fortemente as atitudes alheias, faltou-me intensamente um
afago amigo constante... questionei-me:-“Cadê os irmãos?” e olha que não eram
poucos. Eu que nem estava em “pecado”, afastei-me, deprimi-me. Fiz de Deus
alguém humano, como se Ele compactuasse com tudo que ocorreu. Decidi
afastar-me, provar para mim mesmo que EU era capaz de viver sem “Ele”. Provei!
Minha vida de lá para cá teve muitas evoluções materiais. Experimentei prazeres
intensos que jamais teria provado. Vivi, sonhei, me relacionei. Em todas as
atitudes, como a do filho pródigo com a intenção de se afastar da casa do seu
Pai, eu fui feliz. Não sofri represálias divinas, nem tão pouco de Satanás,
afinal, ele, Satanás se alegra em me ver ao seu lado e fazendo exatamente o que
EU e minha carne queremos fazer. Não cri no Deus que nos condena, conhecia seu
coração e provei do seu silêncio.
Durante muitas vezes me deparei
com a morte e bem sei que de alguma forma, Ele, quem eu abandonei, me guardou.
Chorava a cada livramento real, pedia que Ele não me protegesse, afinal, queria
ser como qualquer outra pessoa, não consegui! As garras da graça são mais
fortes que um simples desejo. Diversas vezes Ele veio até a mim através de
outras pessoas, eu O reconhecia através de cada palavra. Ainda sim não dava
ouvidos ao meu espírito, visava apenas a minha vida material. A saber, ela anda
bem...
Chegou o momento em que a voz do
meu espírito urrava ao meu criador, confesso que sou incapaz de calá-la.
Houveram momentos que ela falava tão alto que eu me alcoolizava afim de não ouvi-la
mais... Nossa!!! Que tentativa frustrada. Era pior! O álcool me dava excesso
de concentração e eu só me concentrava nela, na voz...
Se tratando de algumas atitudes,
uma coisa era boa, meu objetivo de querer negar tudo que eu era tinha tido
êxito, entretanto se tratando de sentimento, era apenas mais uma atitude
frustrada.
Sem nenhum acontecimento
sobrenatural cheguei a conclusão de que não dá para lutar com o que ainda
permanece em mim. Fui ótimo em tomar atitudes contrárias ao meu credo, mas
péssimo em calar a voz do meu espírito.
Aqui no hospital, aguardo ansiosamente
minha receita médica, afim de curar-me, de sanar as minhas dores físicas.
Aqui no meu espírito, desde o dia
em que decidi me afastar, trouxe comigo uma receita que havia recebido há muito
tempo atrás e hoje ao abri-la, não havia um remédio que curasse as dores da
alma, mas tão somente um encaminhamento a um especialista e grafado no
encaminhamento havia escrito: “Reencaminho-o aos braços do teu Pai”
Reconheço... falta-me forças...
creio!
http://www.youtube.com/watch?v=gYBzHhvqF_k